Rosana Palazyan, por ela mesma | revista DasArtes ed. 41 | seção REFLEXO









Rosana Palazyan - Travessias 5


Travessias 5: Emergência - Arte Contemporânea na Maré

Abertura: 06 de maio de 2017 às 16h.
Exposição: 09 de maio a 08 de julho de 2017.
De terça a sexta das 10h às 17h.
Sábado das 11h às 17h.
Galpão Bela Maré 
Rua Bittencourt Sampaio, 169, Maré - Rio de Janeiro /RJ

Curadoria: Moacir dos Anjos

A exposição Emergência, é composta por trabalhos produzidos por 16 artistas de procedências variadas e apresentados em meios diversos. Ao formularem respostas ao que emerge com urgência no país, os trabalhos desses artistas contribuem para a invenção de modos mais críticos e inclusivos de representar o Brasil contemporâneo.

Artistas
: Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, Clara Ianni, Daniel Lima, Gustavo Speridião, Jaime Lauriano, Jota Mombaça, Lais Myrrha, Lourival Cuquinha, Mariana Lacerda e Pedro Marques, Marilá Dardot, Paulo Nazareth, Regina Parra, Rosana Palazyan e Thiago Martins de Melo. 


Iniciativa: Observatório das Favelas em parceria com: Automática - produtora de arte contemporânea, RUA arquitetos e Redes de Desenvolvimento da Maré.
Leia mais em:
2017.travessias.org.br


Rosana Palazyan | O Jardim adormecido [da Maré], 2017 | Desenho / Projeto


Da série: O Jardim adormecido, 2012/2017
Projeto de arte pública - site specific
Dimensões variáveis
O jardim adormecido [da Maré], 2017
Madeira, terra coletada em diversos pontos da Maré, sementes dormentes, adubo, reservatório de água, sistema irrigação, tela de metal, lâmpadas de Led.
85 cm x 190 cmx 60 cm

O jardim adormecido [da Maré] faz parte de uma série inédita criada em 2012 para ser desenvolvida em um espaço público ao ar livre.  Ao  ser apresentado dentro do Galpão Bela Maré, o projeto de arte pública foi proposto como um “objeto vivo”, em constante transformação. Com a forma do mapa da maré, o jardim será composto inicialmente da terra coletada em vários pontos do bairro. O conjunto das espécies de plantas só será conhecido quando as sementes dormentes no solo começarem a geminar e transformarem o jardim em uma composição surpreendente e inesperada.

Construído com madeiras encontradas na comunidade, o objeto faz referência a um jardim suspenso. Ripas de madeira reutilizadas elevam a forma do território a uma certa altura, fazendo-o emergir. A memória histórica do bairro, como as primeiras casas feitas sobre palafitas também está presente. Sua aparência estará em constante processo: algumas espécies poderão não sobreviver no ambiente e outras irão crescer ou até florescer.

A proposta é que terra coletada nas ruas, nos vasos das casas (doadas por moradores) ou espaços públicos e culturais de cada comunidade da Maré - traga sementes dormentes de plantas variadas. Desde aquelas consideradas daninhas que nascem de forma espontânea nas calçadas, às sementes de espécies queridas cultivadas pelos moradores, adormecidas na terra de seus vasos, como: medicinais, comestíveis e ornamentais. O Jardim também receberá terra das pessoas que trabalham em parceria no desenvolvimento do projeto e vivem em outros bairros da cidade. Estabelecendo trocas culturais e afetivas e representando a diversidade que constitui um território, sem estabelecer fronteiras.


Terra da Maré e plantas que germinaram de sementes dormentes | Coletada em 26/3/2016


Terra da Maré e plantas que germinaram de sementes dormentes | Coletada em 10/4/2017


A ideia original do projeto, tem como base o conceito de dormência em sementes, como "um mecanismo de sobrevivência e perpetuação das espécies, permitindo que sementes de algumas plantas ao se manterem dormentes, sobrevivam às adversidades que impediriam seu crescimento -  só ocorrendo germinação quando tal restrição for superada". Conceito encontrado em livros de agronomia durante o processo de trabalhos anteriores. E nos experimentos desses trabalhos, ao observar plantas desconhecidas surgirem nos vasos, passando a cultivá-las junto às já existentes.

Em
O jardim adormecido [da Maré], a ideia de que as sementes dormentes esperam uma oportunidade e o momento certo para germinarem, a água é o elemento que rompe a barreira da casca e desperta o embrião. No galpão Bela Maré, o jardim receberá cuidados. E os elementos básicos (água, luz e amor) poderão nos trazer surpresas ao fazer despertar uma diversidade de plantas inesperadas, propondo a reflexão de como irão conviver juntas.


* A série inédita O Jardim adormecido (2012) foi criada inicialmente para a cidade do Rio de Janeiro. Com o formato de seu mapa, seria desenvolvida em um espaço público e receberia terra de moradores de vários bairros. Com uma ação contínua, está série será proposta para outros bairros ou cidades com os respectivos formatos de seus mapas.
** A coleta de terra nas comunidades da Maré está sendo feita pela artista em parceria com o projeto Muda Maré (Isabel Leoni, Júlia Rossi  e Ruth Osório) que é desenvolvido no bairro. E nossa primeira coleta foi feita em 10/4/2017.
*** Contamos com a consultoria do agrônomo Leonardo Medici que está nos orientando sobre as necessidades básicas (estudo de iluminação e irrigação, etc) para que o projeto possa ser desenvolvido com maior segurança, mesmo se tratando de um processo que depende da natureza e que gera incertezas.

Rosana Palazyan, 17/04/2017

STANDART, Trienal de Arte contemporânea na Armênia


STANDART, Trienal de Arte contemporânea na Armênia /
STANDART, Triennial of Contemporary Art in Armenia
Primeira Edição / First Edition


THE MOUNT ANALOGUE
Uma experiência de arte contemporânea /
A Contemporary Art Experience

Conceito e Curadoria/ Concept and Curatorship: Adelina Cüberyan von Fürstenberg
Curadoria associada / Associate Curator: Ruben Arevshatyan
Organização / Organization: Armenian Arts Council (AAC), em colaboração com /in collaboration with: ART for The World
Exposição / Exhibition : 24 julho/july à 31 dezembro/december, 2017
Primeira parte: 24 de julho à 30 de setembro, Segunda parte: 14 de setembro à 31 de dezembro
First part: July 24 to September 30, Second part: September 14 to December 31
Aberturas: 20 a 22 de julho, 12-13-14 de setembro / Openings: July 20–22, September 12-13-14
Cidades/ Cities : Yerevan, Gyumri, Sevan, Kapan

           (...) STANDART, Trienal de Arte Contemporânea é uma exposição periódica, desenvolvendo itinerários em várias partes da Armênia com base no tema da exposição. O nome da Trienal é inspirado pela revista armênia de vanguarda Standard, publicada em 1924. STANDART destaca o rico contexto cultural e histórico da Armênia e, por meio de seu caráter itinerante, envolve comunidades diversas e cria oportunidades de diálogo e relações entre artistas, escritores, curadores, cientistas, comunidades locais e visitantes.
           Para a sua primeira edição do STANDART, o Conselho de Artes da Armênia nomeou como Curadora Chefe Adelina Cüberyan von Fürstenberg, premiada com o Leão de Ouro para o Pavilhão Nacional da Armênia na 56ª Bienal de Veneza, 2015.
           Inspirado pelo romance inacabado The Mount Analogue do escritor surrealista francês René Daumal (1908-44), STANDART será realizada em espaços históricos e culturais, em toda a região do Monte Ararat. Como símbolo de uma pesquisa poética e experiência temporária, The Mount Analogue destaca as reflexões sobre a busca do conhecimento com base no conceito de que a essência de uma mente criativa está diretamente relacionada com quem é a pessoa e o ela que experimenta. O resultado é uma série de exposições de arte contemporânea, encontros e colaborações, site-specifics e performances dos artistas participantes com artistas que vivem na Armênia. (...)

Leia mais / Read more:






1ª Parte: aberturas em 20-22 de julho de 2017 /
1st part: openings on July 20-22, 2017

Gyumri:
- Museum of Aslamazyan Sisters, 242 Abovyan St.
Abertura/ Openning: 22 Julho / july, 2017 de 12h às 17h
Exposição/ Exhibition: 22 julho/july  à / to 30 setembro/september, 2017
Curadoria /Curated by: Adelina Cüberyan Von Fürstenberg
Video instalações / Videos installattions:
Francis Alÿs (Belgium), Gohar Martirosyan (Armenia) & Marta Dell'Angelo (Italia), Rosana Palazyan (Brazil)
Filmes / Movies: Murali Nair (India), Idiessa Ouedraogo (Burkina Faso), Jafar Panahi (Iran), Jia Zhang-Ke (China).
Seleção de obras das irmãs Aslamazyan, com curadoria colaborativa de Vahagn Ghukasyan interagindo com obras dos artistas convidados / Aslamazyan Sisters selected works in a colaborative curated by Vahagn Ghukasyan will interface the works of the invited artists.


Rosana Palazyan - Uma história que eu nunca esqueci / A story I never forgot - 2013/2015
stills (video)
clique para ampliar // click to enlarge





Rosana Palazyan - Uma história que eu nunca esqueci / A story I never forgot - 2013/2015
Video instalação (vídeo 13 minutos; linhas) / Video installation (Video 13 minutes; threads on the floor)
clique para ampliar // click to enlarge

Sobre a obra / About the work:

Gyumri:
Museum of National Architecture and Urban Life; Sergey Merkurov Museum, 47 Haghtanaki Ave.
Ayreen Anastas & Rene Gabri, Riccardo Arena, Benji Boyadgian, Giuseppe Caccavale, Marta Dell'Angelo, Thibault de Gialluly, Aleksey Manukyan, Mikayel Ohanjanyan, Gohar Smoyan, and Maria Tsagkari, entre outros /  among others

Yerevan:
-Gaspar Gasparian (1899–1966), Distant Fragments - curadoria / curated by: Ruben Arevshatyan. AGBU, 2/2
-Ilya and Emilia Kabakov, 20 Ways to get an Apple listening to the Music of Mozart and Concert for a Fly at Klorner, 7a M. Mashots Ave

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2ª parte: aberturas em 12 - 14 de setembro de 2017 /
Second part: openings on September 12-14, 2017

Erebuni (Yerevan) - Felice Varini, Estação Ferroviária Central / Central Railway Station
Sevan Lake - Déjà vu STANDARD, video instalações / video installations by: Gerard Byrne, Josef Dabernig, Igor Grubić, and Markus Scherer. Projetos de arquitetura/ architectural projects by / Levon Cherkezyan, Gevorg Kochar, Mikael Mazmanyan at Writers’ Resort, curadoria / curated by: Ruben Arevshatyan.
Yerevan, Gyumri, Kapan - Artlabyerevan, Ayreen Anastas & Rene Gabri, Arman Grigoryan, Piruza Khalapyan, Gohar Smoyan, Mika Vatinyan - The Armenia Art Foundation’s first Open Call for Artists, 2017 - entre julho e dezembro em diferentes espaços e cidades da Armênia / between July and December in different sites and cities of Armenia.

Informações - imprensa / Press information:

-ART for The World, Geneva - Milan: Alexis Kasparians and Federica Lo Carmine: press@artfortheworld.net
-Armenian Arts Council, Yerevan:
Marine Haroian : info@artscouncil.am


Trienal de Arte contemporânea na Armênia | RioShow | O Globo

Exposição: A Cor do Brasil


Exposição: A Cor do Brasil
Inauguração  / Opening: 02/08/2016, 11h
02/08/2016 a / to: 15/01/2017
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5, Centro. CEP 20081-240 - Rio de Janeiro/RJ

O Museu de Arte do Rio – MAR abre ao público A cor do Brasil, exposição que traça a trajetória da arte brasileira desde o período colonial até o século XXI. A mostra reúne mais de 300 peças, vindas da Argentina, do México e de outras 12 instituições espalhadas pelo Brasil, que cederam parte de seus acervos para a montagem da mais completa antologia da cor já apresentada na cidade do Rio de Janeiro. (...)

Leia mais e conheça a lista de artistas em / Read more:
http://www.museudeartedorio.org.br/pt-br/exposicoes/proximas?exp=3989

Curadoria / Curated by: Paulo Herkenhoff e Marcelo Campos



Linguagens do corpo carioca [a vertigem do Rio]

Linguagens do corpo carioca [a vertigem do Rio]
Body discourses [the vertigo of Rio]
Inauguração / Opening: 7 de junho, 11 h com conversa de galeria
07/06/2016 a / to: 09/10/2016
Museu de Arte do Rio - MAR
Praça Mauá, 5, Centro -  Rio de Janeiro /RJ

"Linguagens do corpo carioca" apresenta visões plurais da construção da imagem dos corpos cariocas. Dimensões sociais e políticas desses corpos, do século XVI à atualidade, entram em jogo. Misturas de comportamentos e culturas criaram padrões tidos como tipicamente "cariocas", gírias gestuais dos diferentes contextos sociais da cidade...  
Leia mais em:

Read more:
http://www.museudeartedorio.org.br/em/exhibition/next

Curadoria / Curated by: Paulo Herkenhoff e Milton Guran

     Rosana Palazyan
     “...Antes eu só pensava em maconha e roupa de marca, mas vi minha mãe indo presa junto comigo..."
     Bordado, bonecos (poliamida, algodão, arame, courvin), objetos de plástico sobre travesseiro/
     30 cm x 65 cm x 45 cm
     Da série* : "...uma história que você nunca mais esqueceu?" 2000/2007
     * Baseada nos depoimento de adolescentes internados em instituição por infringirem as leis

     "…Before I only thought about grass and branded clothing, but I saw my mother arrested with me…"
     Embroidery,  ( polyamide, cotton, wire, leatherette), plastic objects on pillow 
    30 cm x 65 cm x 45 cm
    From the series*: "...a story you never forgot?" - 2000/2007
    * Bases on interviews with teenagers kept in institution for breaking the law


Texto Bordado em torno da peça:
“...Antes eu só pensava em maconha e roupa de marca, mas vi minha mãe indo presa junto comigo. Agora quero parar. Eu tava vendendo droga, minha mãe tava perto. A polícia apareceu, eu disse que era tudo meu. Mas ela xingou eles. Meu sonho é estar com minha mãe. Ela pra mim é mãe e pai.....”

Text embroidered around the piece:

"… Before I only thought about smoking grass and branded clothing, but I saw my mother arrested with me. Now I want to stop. I was selling drugs, my mother was near. The police appeared and I said that it was all mine. But she huffed them. My dream is to be with my mother. She is to me mom and dad…"


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Rosana Palazyan, 2004

Durante 2 anos (2000/2002), visitei adolescentes (de 12 a 17 anos) internados¹ em instituição no Rio de Janeiro (Escola João Luiz Alves)² destinada à recuperação de jovens em conflito com a lei.  No início, o que pretendia ser uma pesquisa passou a caracterizar meses de convivência diária, diálogos, trocas culturais e afetivas, e por fim, minha inserção como voluntária na instituição.

Experimentando uma proposta inédita e completamente desconhecida por mim, várias obras³ surgiram durante esse processo. Todas com base nas conversas e trocas estabelecidas com os adolescentes. Entre elas, os objetos/instalação e os desenhos da série: “…uma história que você nunca mais esqueceu?” (2000-2007).  
   
Diante de tantas histórias vividas (desde a violência doméstica e a do dia a dia nas ruas, traumas, sentimentos de traição, agressões; e até mesmo alegrias e acontecimentos envolvendo amizade e solidariedade), minha curiosidade era se eles haviam guardado aquela história que nunca conseguiram esquecer. Depois de muitos encontros essas histórias foram surgindo recuperadas de suas memórias e, a cada dia, mais adolescentes tinham interesse em me conhecer e conversar.



Nos trabalhos dessa série, inicialmente em forma de objetos que compunham uma instalação, criei cenas baseadas nas respostas dos jovens. Após várias tentativas e estudando cada movimento, encontrar aquele instante correto para a cena, fazia-me sentir muito próxima do cinema e da fotografia. Na instalação, esses objetos foram alinhados tendo como referência a altura das camas dos adolescentes nos dormitórios da instituição. E a iluminação foi pontuada de forma a projetar sombras nas paredes, trazendo da memória de infância as histórias contadas com o "jogo de sombras" à luz de velas.

Em seguida, como se fosse necessário contar mais uma vez aquelas histórias para que nunca fossem esquecidas, surgiram os desenhos dessa mesma série (2000-2002).

Vista da instalação / Installation view - Centro Cultural Banco do Brasil/ RJ, 2002
A instalação foi apresentada / The installation was presented at: Galeria Thomas Cohn/SP, 2000; Museum Folkwang/Essen/Alemanha, 2002; Centro Cultural Banco do Brasil/ RJ, 2002; Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo,2004.

Conheci mais de 100 meninos. E ouvir cada história individualmente me fez perceber o quanto estava sendo importante nossa troca.  Naquele lugar, sozinha, entendi que se houvesse uma verdadeira intenção de transformação pelas instituições, estudar cada caso separadamente, cada história de vida, seria a grande oportunidade para que eles pudessem ter suas vidas reconstruídas.  

De minha parte, depois de criar vínculos e estar tão presente no cotidiano daqueles meninos, não poderia ir embora e desaparecer de repente. Decidi então continuar na instituição até que o último adolescente que eu havia conhecido individualmente tivesse sido posto em liberdade. Para que mais uma vez eles não experimentassem o sentimento de abandono constante em suas vidas.
Após a realização das obras, já envolvida e inserida naquele contexto junto aos adolescentes e os profissionais que lá trabalhavam, continuei frequentando a instituição, desta vez como voluntária e criando propostas inéditas que surgiam de nossas trocas. Como por exemplo, a criação do Projeto Roupa de Marca, que desenvolvi em parceria com os adolescentes.
                                                                                                                 
Experimentar este processo na arte e na vida foi inesquecível e pretendo dar prosseguimento à proposta de viver a arte como o encontro com o Outro, na tentativa de transformar as relações das pessoas diante de universos e questões ainda tão desconhecidos.



Os adolescentes (vestindo camisetas impressas com desenhos criados por eles), Rosana Palazyan e o
diretor da Escola João Luiz Alves, Rio de Janeiro, 2000 
       
The adolescents (wearing T-shirts printed with drawings created by them), Rosana Palazyan e the director
of the institution Escola João Luiz Alves, Rio de Janeiro, 2000  

                                                                               
¹ O prazo de internação de cada adolescente em cumprimento de medidas socioeducativas naquela instituição variava de três meses a três anos, mediante a avaliação da justiça.
² No período em que freqüentei essa instituição, percebi que sua direção era diferenciada das outras existentes no Rio de Janeiro e que existia a intenção em levar adiante o real sentido de ressocialização, mesmo diante das dificuldades. Após a mudança da direção e com as modificações ocorridas neste sentido, não me senti à vontade para visitar novamente a instituição. Em 2003, dando continuidade ao processo, por 5 meses passei a frequentar o Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (CRIAAD/Penha, antigo CRIAM/Penha), onde estão internados adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em sistema de semi liberdade.
³ Obras criadas nesse período: “... um pedido para estrela cadente...” (2000/2004); Retratos (2000/2004); Escola João Luis Alves (2000); “... para Valéria, Luciana, Patrícia, Maria, Mônica...” (2000-2004); “... minha mãe tem o perfume doce da rosa...” (2002); Medo (2002-2004); Projeto Roupa de Marca (2000- 2002).

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English Version                                                          
                                                                                         Rosana Palazyan, 2004

Over the course of 2 years (2000-2002), I visited teenagers (aged 12 to 17) who were detained¹ at an institution in Rio de Janeiro (Escola João Luiz Alvesl)² aimed at the rehabilitation of young people in trouble with the law. What was supposed to be research at the beginning, ended up characterising months of daily coexistence, dialogues, cultural and emotional exchanges, and by the end, my inclusion as a volunteer at the institution.

Experiencing a proposal that was unprecedented and completely unknown to me, several works³ emerged during the process. All based on the conversations and exchanges established with the teenagers. Amongst them, the objects/installation and the drawings from the series: “… a story you never forgot?” (2000-2007).


Faced with so many stories they lived (from domestic violence to the day-to-day of the streets, trauma, feelings of betrayal, aggressions; and even happiness and events involving friendship and solidarity), my curiosity was if they had kept the story they would ever be able to forget. After many meetings these stories were emerging, recovered from their memories, and, every day, more teenagers were interested in meeting me and talking.     


In the works from this series, initially in the form of objects that make up an installation, I created scenes based on the responses of the young people. After several attempts and studying every movement, to find the correct moment for the scene, it made me feel very close to cinema and photography. In the installation, the objects were aligned using the height of the teenagers’ beds in the dormitories of the institution as a reference. The lighting was punctuated in a way that projected shadows on the walls, bringing back from the memory the childhood stories told through a “game of shadows” in the candlelight.

Next, as if it was necessary to tell the stories again, so they would never be forgotten, came the drawings from the same series (2000-2002).

 I met more than 100 children. And to hear each story individually made me realise just how important our exchange was. There, alone, I understood that if the institutions really had a true intention to transform, to look at each case separately, that would be the great opportunity for them to rebuild their lives.

For my part, after creating bounds and being so present in the daily lives of those young boys, I couldn’t simply leave and disappear suddenly. So I decided to continue in the institution until the last teenager that I had known individually had been freed. So that they didn’t, once again, have that feeling of constant abandonment in their lives.

 After producing the works, already involved and inserted into the context together with the teenagers and the professionals who worked there, I continued visiting the institution, this time as a volunteer and creating unpublished proposals that came from our exchanges. Like for example, the creation of “Trade mark clothing” Project, which I developed in partnership with the youngsters.
              
 To experience this process in art and in life was unforgettable and I intend to proceed with the proposal of experiencing art as a meeting with the Other, in an attempt to transform the relationships of people faced with universes and questions that are still so unknown.


¹ The period of detention of each teenager, in the fulfilling of socio-educational measures at this institution, varied from three months to three years, depending on the evaluation of the Court.
² During the period that I visited the institution, I realised that its direction was different from the others that existed in Rio de Janeiro and that there was a real intention to carry forward a true sense of re-socialisation, even faced with the difficulties. After a change in direction and with the modifications carried out to these ends, I did not feel a desire to visit the institution again. In 2003, giving continuity to the process, for 5 months I began to attend the Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente / Centre of Integrated Resources for Care for Adolescents (Criadd/Penha, formerly Criam/Penha), where teenagers, who were meeting socio-educational measures, were detained in a system of semi-freedom.
³ Works created in this period: “... a wish to a shooting star…” (2000/2004); Portraits (2000/2004); João Luiz Alves School (2000); “…for Valéria, Luciana, Patrícia, Maria, Mônica…” (2000-2004);“… my mother smells like the sweet perfume of a rose…” (2002); Fear (2002-2004); “Trade mark clothing” Project (2000-2002)
  
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